domingo, março 28, 2004

Sonho de uma noite de Verão...(II)

Subi a rua a pé… o autocarro demorava e a mim parece-me uma perda de tempo ter a vida pendente destas coisas fora de nós… depois de um dia corrido, sabe bem pastelar pela calçada e sentir-me snobmente privilegiada em relação aos outros todos que formigam pela rua sem serenidade… O calor do final da tarde é aconchegante… a mochila e a camisola amarrada pesam-me naquele cansaço saboroso dos dias muito quentes… no jardim a luz está baixa e empresta ao verde aquele contraste forte de luz e sombra que apetece fotografar… Do restaurante indiano trago o vegetariano que o rapaz me jura a pés juntos que não tem picante, e a bomba de especiarias que me faz assombrar todas as vezes que ele a devora… Bato à janela mas ele não vem abrir a porta… Ohh… será que ainda não chegou?... Ahh que bom… lá ao fundo a luz aquece-lhe a cor do rosto, e fico na dúvida se me atiro a ele se fico só a contemplar-lhe os traços bonitos… Enlaça-me pela cintura e eu fico a senti-lo com o meu corpo todo… como adoro este cheiro de pele… Debaixo do nosso toldo marroquino espalhamos o jantar, as novidades e os sorrisos… O concerto de Colónia embala-nos a conversas, as leituras e o amor… E todas as coisas pequeninas fazem sentido…

Mina

sábado, março 27, 2004

Sonho de uma noite de Verão...

Chego a casa, fecho a porta, descalço-me... o calor do final da tarde sufoca-me... ela ainda não chegou, de caminho para casa ia buscar o jantar ao retaurante indiano... passo pela cozinha, abro a porta, e vou-me sentar no quintal, com a leitura que nos últimos dias me tem levado para mundos que não estes, onde guerreiros da luz combatem as trevas, onde as vitórias são suadas, e cada refeição é um merecido troféu! aproveito para queimar um pouco de incenso e acender umas velas, a luz do dia está a derreter-se em tons ocre e laranja, combinadas com as cores do toldo que colcámos qual tenda marroquina! aqui a aragem que corre é fresca, agradável, e no entanto o abafado do dia ainda se faz sentir... descanso... medito um pouco... faço um pouco de reiki, a música suave que me acompanha tira-me desta realidade e leva-me para locais onde o mar de areia nos escorre pelos dedos e onde todos os dias o por do sol é uma oração... lembro-me das viagens que fiz, das orações ao final da tarde dos nossos guias e cozinheiros, locais onde o respeito mútuo por culturas diferentes é tão natural como o ar que respiramos! A música envolve-me o ar impregnado de aromas de outras terras, o abrir dos olhos e a visão das cores que me fazem sentir que todos os momentos são únicos... Sinto a porta de casa a fechar-se, ela chama-me! aparece no quintal antes que eu possa ao seu encontro! sacos no chão trocamos um longo abraço sentimos os cheiros mútuos... chegámos finalmente ao porto seguro um do outro, os nossos olhos entrecruzam-se enquanto sabemos como foram as odisseias diárias, como se de um diário de aventura fosse em que cada explorador de manhã sai para seu destino... Finalmente sentamo-nos para apreciar as iguarias orientais recém chegadas do pequeno restaurante indiano do bairro... mudamos a música e é ao som do Concerto de Colónia que jantamos, numa misturada de culturas, onde sabores, sons, cores, e leituras fazem mais uma noite de verão, numa única noite de verão!

João Ogando

terça-feira, março 23, 2004

IDEIAS DO NADA ou "como os tempos são cheios"
há dias em que por mais que queira... nada sai bem... é cada cavadela minhoca... e depois há aquelas alturas em que todas as peças se começam a encaixar... gosto quando uma viagem para o trabalho é calma e dá para relaxar... gosto quando consigo ler... em contrapartida detesto quando mesmo estando a gostar do livro que estou a ler, pego nele e por mais que leia não consigo entender porque os meus pensamentos se infiltram nas palavras que estou a fingir que leio... gosto quando finalmente consigo ler em paz comigo mesmo e quando me consigo ver como uma das personagens da história que leio...
Hoje estou a conseguir ler...
Será do efeito Primavera...???
João Ogando

sábado, março 06, 2004

"Insconsciências de doidos"
Convém esclarecer a todos, que a ideia deste blog é dizer tudo o quero quando não posso gritar bem alto aquilo que penso ou sinto... há dias em que me apetece mandar tudo para aquele sitio e não posso! E dias há em que me apetece virar as costas e dedicar-me apenas a mim e aventurar-me... esse dia já esteve mais longe e gradualmente essa ideia vai tomando conta de mim, de uma forma gradual e "semi-consciente" semi porque não quero que seja consciente... o inconsciente é uma das coisas mais preciosas que temos...

Quanto ao livro do queijo, ele chama-se "Quem Mexeu no Meu Queijo" escrito por Spencer Johnson, podem encontrá-lo à venda na Fnac www.fnac.pt por apenas 9,00 €.

Não tenho ideia de fazer nada de "doido"... mas afinal quem são os doidos?? Quanto a mim doidos são todos aqueles que andam nas rotinas diárias ano após ano, após ano,após ano... esses sim....

João Ogando

terça-feira, março 02, 2004

Trabalhar por conta de outrém
Realmente toda a vida tenho trabalhado por conta própria e por conta de outém... e com os meus 35 anos já devia saber o que contar quando se trabalha para os outos... não podemos ter imaginação, iniciativa própria, nem a escrever, nem a falar... porque há sempre e só 2 ou 3 pessoas que essas sim, sabem o que escrever ou dizer, sabem como fazer tudo e nunca querem ouvir, ou quanto muito fazem que ouvem, mas... eles são sempre os únicos conhecedores da "verdade absoluta" quer esta beneficie ou por vezes prejudique as empresas... é sempre assim...
Estou cansado de remar... será que vale a pena?
Sinto-me como um náufrago a nadar para a praia contra a corrente...
A minha única hipótese de "salvação" é mesmo trabalhar apenas e só para mim mesmo... não entendo as chefias com medo das reengenharias que possam ser necessárias... as mudanças deviam ser encaradas de forma a providenciar um melhor futuro...
Ou será que estas "gentes" nunca leram "O livro do queijo"??

João Ogando
Deixo-vos aqui uma letra de um músico Espanhol que gosto muito, espero que gostem... diz muito sobre como sabe bem sonhar...

Realidad o sueño
...o como saber si ahora estás despierto y no soñando..

Deja que te hable de mis sueños
que tras el tiempo se escondieron
pero que contigo han vuelto.

Deja que te hable de mis sueños,
que con el tiempo se perdieron
confundidos en el silencio.

Sueño con los ojos abiertos,
puede que pienses que estoy loco
porque me creo lo que sueño.

Y si tú quieres te los cuento,
los escribí en un libro abierto
en el lenguaje de los sueños.

Qué hay de malo en perseguir los sueños.
Qué hay de malo en soñar despierto.

Sueño en color, sueño en verso.
en historias con argumento,
en canciones que al fin resuelvo.

Flotan guitarras en el cielo,
veo montañas en el techo,
para los sueños no hay secretos.

Creo en los sueños infinitos,
aquellos que tienen los niños,
que se acarician con los dedos.

Creo en los sueños verdaderos
que corren sin rumbo ni dueño,
y a los que nadie puso un precio.

Son los sueños realidad o sueños.
Es la realidad verdad o un sueño.

Qué hay de malo en perseguir los sueños.
Qué hay de malo en soñar despierto.
Son los sueños realidad o sueños.
Es la realidad verdad o un sueño.

Letra y música: Jarabe de Palo