terça-feira, outubro 12, 2004

Andei pela noite escura sem luar, sem destino sem vontade... os carros que circulam na rua são escassos, o frio do inverno leva as pessoasa rua mais cedo. As excepções são alguns que se deslocam para fugir do mesmo frio e rapidamente se irem aquecer e um sem número de sem abrigo que um pouco por todo o lado se pode ver... custa a realidade de me cruzar com eles, e sinto-me completamente impotente para algo fazer. Numa praça cruzo-me com um aglomerado deles que se reúne em volta de uma carrinha onde lhes é distribuída alguma comida quente e alguns agasalhos... vejo caras sorridentes que coversam umas com as outras enquanto comém... alguns após a refeição fumam também um cigarro que trazém guardado em local seguro. Na minha cabeça que vagueia na noite fria sem vontade interrogo-me porquê que ali estou? Porque não estou em casa, quente e feliz com o que tenho? Será que a tristeza que trago dentro de mim é assim tão grave quanto as dificuldades que todos estes que vejo têm de passar? Será? Sinto-me cansado desolado e danado comigo mesmo! Volto a casa vagarosamente a sentir o fresco da noite na cara, errando rua atrás de rua a pensar em algo que possa fazer para sair do marasmo em que me encontro. Antes de começar a descer a rua tiro a chave do bolso e preparo-a como se a porta do prédio já estivesse a um metro de mim, curioso este ritual que mantenho à anos, até casa são 200 metros, mas já me sinto em casa desde que começo a descer a rua e com facilidade projecto a minha chegada a casa, como imagino o quente que está, desaperto o casaco e retiro o gorro e as luvas, sempre de chave na mão. Já na sala, coloco uma musica suave, um piano agradável que gosto de ter como pano de fundo... sento-me no computador, a casa além da musica e do computador está silenciosa, ligo-me à Internet e pesquiso por "Sem Abrigo Lisboa" e aparecem-me vários resultados, pesquiso alguns sites vejo projectos interessantes, mando alguns mails, e espero que haja respostas. Sinto que estou a iniciar uma nova era na minha vida, vou continuar à procura de soluções mas sem esquecer que estão todas dentro de mim e que há muitos que necessitam realmente de ajuda, e se puder ajudar... lá estarei...!

quinta-feira, maio 27, 2004

Eram 28 os degraus que subi dois a dois até à Praça que me levava ao hopital, cheguei à porta, entrei e por entre perguntas e explicações de que viajara de 400km de distância deixaram-me subir para te ver. Dormias... as máquinas e tubos em que estavas envolta, não indicavam nada de bom. A bata que me fizeram vestir dava-me um aspecto de extraterrestre. Queria que abrisses os olhos, e que me visse, mas tinha ao mesmo tempo receio que te assustasses por estares deitada numa cama que desconhecias envolta num ambiente tirado de um filme de ficção cientifica. Já passaram 4 dias e os médicos mudaram-te para um serviço onde podes ter companhia 24 horas por dia, agora trabalho ao teu lado e passo as noites contigo, leio-te todos os dias livros que tanto gostaste e que são para ti alegrias e formas de viver. Hoje num período que os médicos dizem de decisivo, abriste os olhos e olhaste-me, percorreste o ambiente que te rodeava e as lágrimas escorreram-te dos olhos... abracei-te e senti a vontade de te mexeres mais do que agora consegues... falei-te e ao fim de alguns minutos conseguiste articular um frágil: "Estou muito mal?" as lágrimas escorreram-me e de imediato disse-te que as lágrimas eram apenas por te ouvir pois agora que acordaste era uma questão de tempo e Fisioterapia até estares de novo a 100%... adormeceste de novo pouco depois já na presença dos médicos e enfermeiros que desde o inicio te acompanham. Os sorrisos nas caras deles e as duas única palavras dirigidas a mim pelo médico deixaram-me descansado: "Agora Durma"... Como normalmente nos ultimos dias fiz, sentei-me na cadeira a teu lado e encostei a cabeça a ti junto à tua mão, as lágrimas escorriam-me pelos olhos... e antes de cair no sono, senti a tua mão a acariciar-me como só tu sabes fazer!
João Ogando

quarta-feira, abril 14, 2004

Um Amigo de Portalegre enviou-me este texto que resolvo aqui partilhar com todos vocês!
As mulheres... Por Jerry Seinfeld
Até hoje pensava que a pior frase que podia ouvir de uma rapariga era "Temos que falar...". Mas não! A pior frase de todas é: "Eu também gosto de ti... mas como amigo." Isto significa que para ela tu és o mais simpático do mundo aquele que melhor a compreende, o mais dedicado... mas nunca vai sair contigo. Vai sair com um gajo nojento que apenas quer ir para a cama com ela.

Aí sim, quando o outro lhe faça alguma das dele, ela chamar-te-á para pedir-te conselhos. É como se fosses a uma entrevista de trabalho e te dissessem: "Você é a pessoa ideal para o posto, tem o melhor currículo, é o que está melhor preparado... mas não vamos contratá-lo. Vamos contratar um incompetente. Só lhe pedimos uma coisa, quando esse gajo fizer asneira, podemos chamá-lo para tirar-nos da embrulhada em que ele nos meteu?"

Eu pergunto: o que é que fiz mal? Fomos ao cinema, rimo-nos, passámos horas em cafés... e depois de quantos cafés ficámos amigos de verdade? Depois de cinco? Seis? Com um café menos e tinha ido para a cama com ela!!

Para as mulheres, um amigo rege-se pelas mesmas normas de um Tampax: podem ir para a piscina com ele; podem montar a cavalo; podem dançar...; mas, a única coisa que não podem fazer com ele é ter relações sexuais. Ainda por cima, bem vistas as coisas... se para uma mulher considerar-te "seu
amigo" consiste em arruinar a tua vida sexual, o que fará ela com os inimigos? A mim parece-me muito bem que sejamos amigos, o que não percebo é porque é que não podemos ir para a cama como amigos".

Eu penso que a amizade entre homens e mulheres não existe, porque se existisse saber-se-ia. O que acontece é que quando ela te diz que gosta de ti como amigo, para ela significa isso e ponto. Mas para ti não. Para ti quer dizer que se numa noite estão na praia, ela já com uns copos, está lua cheia, os planetas estão alinhados e um meteorito ameaça a Terra... podias muito bem ir para a cama com ela!! Por isso engoles...

Por isso nunca perdes a esperança. Ela sai com o Joe? Isso vai acabar. E quando isso acontecer, tu atacas com a técnica de consolador: "Não chores, o Joe era um chulo. Tu mereces muito melhor,alguém que te compreenda, alguém que esteja no sítio certo quando tu precisas, que seja baixito, que
seja moreno, que não seja muito bonito, que se chame John... COMO EU!!"

Pelo menos, sendo amigo podes meter nojo para eliminar concorrência. É a técnica da "lagarta nojenta". Quando ela te diz:
- Que simpático é o Paul, não é?
- O Paul? É muito simpático... só é pena ser um pouco estrábico.
- Ele não é estrábico, o que tem é um olhar muito ternurento.
- Sim, tens razão. No outro dia reparei nisso quando olhava para a Marta.
- Não estava a olhar para a Marta, estava a olhar para mim!
- Vês como é estrábico?

O cúmulo dos cúmulos é o facto dela considerar ter uma relação "super especial" contigo quando pode dormir na mesma cama sem que se passe nada. COMO É QUE É??!! Então o "super especial" não seria que se passasse algo?! Um dia depois de uma festa, tu ficas a ajudá-la a limpar, como fazes SEMPRE, e quando acabam, ela diz:
- UH! Que tarde. Porque é que não ficas cá a dormir?
- E onde é que durmo?
- Na minha cama.

Aí, até te tremem as pernas. "Esta é a minha noite, alinharam-se os planetas!". Passados uns minutos, dás-te conta que não são precisamente os planetas que se alinharam, porque ela, como são amigos, com toda a confiança fica em roupa interior e tu, pelo que vês, pensas: "Vou ter que ficar de boxers. Com todo o alinhamento de planetas que tenho em cima..." E, assim que te metes na cama, dobras os joelhos para dissimular. Ela mete-se na cama dá-te uma palmada no rabo e diz-te: "Até amanhã". E põe-se a dormir! "COMO É QUE É??!! Como é que se pode pôr no ronco tão cedo? E esta fulana não
reza nem nada?"

Estás na cama com a rapariga dos teus sonhos. No início nem te atreves a mexer, para não tocar em nada. Sabes que se nesse momento fizessem um concurso, ninguém te podia ganhar: és o gajo mais quente do mundo. E como é longa a noite! Vêm-te à cabeça um monte de perguntas: "Tocar uma mama
com o ombro será de mau amigo? E se é a mama que toca em mim?"

Mas depois de muitas horas, já só fazes uma pergunta: "SEREI REALMENTE UM MANSO?!" Não podes acreditar que estás na mesma cama e não se vai passar nada. Confias que, a qualquer altura, ela vai dar a volta e dizer: "Anda lorpa, que já sofreste bastante. Possui-me!" Mas não. Para as mulheres parece que nunca sofremos o suficiente. E como sofres... porque tens todo o sangue do corpo acumulado no mesmo sítio. Já houve mesmo casos de homens que rebentaram.

Mas ainda não acabou a tua humilhação. Às 7 da manhã tocam à campainha:
- AH! É o Joe!
- O Joe? Mas ele não te tinha deixado?
- Depois conto-te tudo. Estou com pressa. Esqueci-me de dizer-te que o Joe ia trazer o cão. Como vamos à praia eu disse-lhe que ficando contigo o cão não podia estar em melhores mãos. Porque tu és um amigo! Estás com má cara. Dormiste bem?

E aí ficas tu com o cão, que esse sim é o melhor amigo do homem.

JERRY SEINFELD

João Ogando

terça-feira, abril 13, 2004

Interiores...
Acabo de vestir uma camisola... acender uma vela na sala, no corredor o aroma do incenso que queimo... e o CD que toca é a banda sonora do Carteiro de Pablo Neruda... são 1.37 da manhã... vou trabalhar aqui no PC pelo menos até às 3.30... mas antes de me lançar no trabalho, senti a necessidade de escrever... de dizer que apesar das queixas que vou apresentando no dia a dia, olho para trás e vejo os 35 anos que já passaram e revendo tudo o que fiz, sinto-me feliz, com muito ainda para fazer mas feliz por todas as experiências que já tive... as boas e as más... digo isto porque vejo pessoas que correm que procuram como quem cava um buraco para encontrar um tesouro que não sabem se lá está, mas no entanto continuam a cavar desesperadamente... Lembrem-se o tesouro está e estará sempre dentro de cada um e antes de mais temos de gostar de nós mesmos e dos que no rodeiam, só depois os tesouros se mostram. Com o tempo aprendi a crescer a olhar para dentro e sobretudo a ter calma a viver um dia de cada vez e a dar valor a tudo o que tenho... Tenho orgulho na minha casa... Na Minha postura... Na Educação que os meus Pais me deram... à Amizade que os Meus Amigos me consagram... Na Mi(h)na Namorada... No sorriso que quando brinco coloco no rosto dos meus sobrinhos e dos miúdos que encontro e conheço...
Apesar de continuar a achar que todos os "superiores" que no meu trabalho continuam aparentemente indiferentes a tudo quanto digo e "tento" fazer... Sei o valor que tenho... e esse faz-me sorrir e respirar e sentir que o Hoje e o Amanhã são MEUS.... Obrigado a todos por fazerem os meus dias tão cheios!

João Ogando

domingo, março 28, 2004

Sonho de uma noite de Verão...(II)

Subi a rua a pé… o autocarro demorava e a mim parece-me uma perda de tempo ter a vida pendente destas coisas fora de nós… depois de um dia corrido, sabe bem pastelar pela calçada e sentir-me snobmente privilegiada em relação aos outros todos que formigam pela rua sem serenidade… O calor do final da tarde é aconchegante… a mochila e a camisola amarrada pesam-me naquele cansaço saboroso dos dias muito quentes… no jardim a luz está baixa e empresta ao verde aquele contraste forte de luz e sombra que apetece fotografar… Do restaurante indiano trago o vegetariano que o rapaz me jura a pés juntos que não tem picante, e a bomba de especiarias que me faz assombrar todas as vezes que ele a devora… Bato à janela mas ele não vem abrir a porta… Ohh… será que ainda não chegou?... Ahh que bom… lá ao fundo a luz aquece-lhe a cor do rosto, e fico na dúvida se me atiro a ele se fico só a contemplar-lhe os traços bonitos… Enlaça-me pela cintura e eu fico a senti-lo com o meu corpo todo… como adoro este cheiro de pele… Debaixo do nosso toldo marroquino espalhamos o jantar, as novidades e os sorrisos… O concerto de Colónia embala-nos a conversas, as leituras e o amor… E todas as coisas pequeninas fazem sentido…

Mina

sábado, março 27, 2004

Sonho de uma noite de Verão...

Chego a casa, fecho a porta, descalço-me... o calor do final da tarde sufoca-me... ela ainda não chegou, de caminho para casa ia buscar o jantar ao retaurante indiano... passo pela cozinha, abro a porta, e vou-me sentar no quintal, com a leitura que nos últimos dias me tem levado para mundos que não estes, onde guerreiros da luz combatem as trevas, onde as vitórias são suadas, e cada refeição é um merecido troféu! aproveito para queimar um pouco de incenso e acender umas velas, a luz do dia está a derreter-se em tons ocre e laranja, combinadas com as cores do toldo que colcámos qual tenda marroquina! aqui a aragem que corre é fresca, agradável, e no entanto o abafado do dia ainda se faz sentir... descanso... medito um pouco... faço um pouco de reiki, a música suave que me acompanha tira-me desta realidade e leva-me para locais onde o mar de areia nos escorre pelos dedos e onde todos os dias o por do sol é uma oração... lembro-me das viagens que fiz, das orações ao final da tarde dos nossos guias e cozinheiros, locais onde o respeito mútuo por culturas diferentes é tão natural como o ar que respiramos! A música envolve-me o ar impregnado de aromas de outras terras, o abrir dos olhos e a visão das cores que me fazem sentir que todos os momentos são únicos... Sinto a porta de casa a fechar-se, ela chama-me! aparece no quintal antes que eu possa ao seu encontro! sacos no chão trocamos um longo abraço sentimos os cheiros mútuos... chegámos finalmente ao porto seguro um do outro, os nossos olhos entrecruzam-se enquanto sabemos como foram as odisseias diárias, como se de um diário de aventura fosse em que cada explorador de manhã sai para seu destino... Finalmente sentamo-nos para apreciar as iguarias orientais recém chegadas do pequeno restaurante indiano do bairro... mudamos a música e é ao som do Concerto de Colónia que jantamos, numa misturada de culturas, onde sabores, sons, cores, e leituras fazem mais uma noite de verão, numa única noite de verão!

João Ogando

terça-feira, março 23, 2004

IDEIAS DO NADA ou "como os tempos são cheios"
há dias em que por mais que queira... nada sai bem... é cada cavadela minhoca... e depois há aquelas alturas em que todas as peças se começam a encaixar... gosto quando uma viagem para o trabalho é calma e dá para relaxar... gosto quando consigo ler... em contrapartida detesto quando mesmo estando a gostar do livro que estou a ler, pego nele e por mais que leia não consigo entender porque os meus pensamentos se infiltram nas palavras que estou a fingir que leio... gosto quando finalmente consigo ler em paz comigo mesmo e quando me consigo ver como uma das personagens da história que leio...
Hoje estou a conseguir ler...
Será do efeito Primavera...???
João Ogando

sábado, março 06, 2004

"Insconsciências de doidos"
Convém esclarecer a todos, que a ideia deste blog é dizer tudo o quero quando não posso gritar bem alto aquilo que penso ou sinto... há dias em que me apetece mandar tudo para aquele sitio e não posso! E dias há em que me apetece virar as costas e dedicar-me apenas a mim e aventurar-me... esse dia já esteve mais longe e gradualmente essa ideia vai tomando conta de mim, de uma forma gradual e "semi-consciente" semi porque não quero que seja consciente... o inconsciente é uma das coisas mais preciosas que temos...

Quanto ao livro do queijo, ele chama-se "Quem Mexeu no Meu Queijo" escrito por Spencer Johnson, podem encontrá-lo à venda na Fnac www.fnac.pt por apenas 9,00 €.

Não tenho ideia de fazer nada de "doido"... mas afinal quem são os doidos?? Quanto a mim doidos são todos aqueles que andam nas rotinas diárias ano após ano, após ano,após ano... esses sim....

João Ogando

terça-feira, março 02, 2004

Trabalhar por conta de outrém
Realmente toda a vida tenho trabalhado por conta própria e por conta de outém... e com os meus 35 anos já devia saber o que contar quando se trabalha para os outos... não podemos ter imaginação, iniciativa própria, nem a escrever, nem a falar... porque há sempre e só 2 ou 3 pessoas que essas sim, sabem o que escrever ou dizer, sabem como fazer tudo e nunca querem ouvir, ou quanto muito fazem que ouvem, mas... eles são sempre os únicos conhecedores da "verdade absoluta" quer esta beneficie ou por vezes prejudique as empresas... é sempre assim...
Estou cansado de remar... será que vale a pena?
Sinto-me como um náufrago a nadar para a praia contra a corrente...
A minha única hipótese de "salvação" é mesmo trabalhar apenas e só para mim mesmo... não entendo as chefias com medo das reengenharias que possam ser necessárias... as mudanças deviam ser encaradas de forma a providenciar um melhor futuro...
Ou será que estas "gentes" nunca leram "O livro do queijo"??

João Ogando
Deixo-vos aqui uma letra de um músico Espanhol que gosto muito, espero que gostem... diz muito sobre como sabe bem sonhar...

Realidad o sueño
...o como saber si ahora estás despierto y no soñando..

Deja que te hable de mis sueños
que tras el tiempo se escondieron
pero que contigo han vuelto.

Deja que te hable de mis sueños,
que con el tiempo se perdieron
confundidos en el silencio.

Sueño con los ojos abiertos,
puede que pienses que estoy loco
porque me creo lo que sueño.

Y si tú quieres te los cuento,
los escribí en un libro abierto
en el lenguaje de los sueños.

Qué hay de malo en perseguir los sueños.
Qué hay de malo en soñar despierto.

Sueño en color, sueño en verso.
en historias con argumento,
en canciones que al fin resuelvo.

Flotan guitarras en el cielo,
veo montañas en el techo,
para los sueños no hay secretos.

Creo en los sueños infinitos,
aquellos que tienen los niños,
que se acarician con los dedos.

Creo en los sueños verdaderos
que corren sin rumbo ni dueño,
y a los que nadie puso un precio.

Son los sueños realidad o sueños.
Es la realidad verdad o un sueño.

Qué hay de malo en perseguir los sueños.
Qué hay de malo en soñar despierto.
Son los sueños realidad o sueños.
Es la realidad verdad o un sueño.

Letra y música: Jarabe de Palo

domingo, fevereiro 29, 2004

O Sentido da Vida!
Há dias em que nada faz sentido, o barulho mata-nos aos poucos, os carros a buzinarem, os piões a correrem numa roleta russa jogada ao atravessar de uma simples rua... os gazes de escape que nos sufocam enquanto esperamos na paragem pelo autocarro, que teima em não chegar a horas, e a ajudar, os condutores que sem cuidado ou respeito passam de forma a levantar toda a água que se acumula na rua, acabando por dar banho a todos aqueles que apenas querem regressar a casa no final de mais uma batalha diária...
Pergunto eu! Será que esta vida faz sentido? Será que vivemos? ou realmente apenas sobrevivemos?
Sou da opinião que muitos apenas sobrevivem... Robinson Crusoé o personagem criado por Daniel Defoe fez muito mais do que sobreviver... viveu! criou, partilhou...
Cada dia que passa carrego um pouco mais a minha mochila, e sei que vai chegar o dai em que a fecho e coloco às costas... Para fugir? Para trabalhar? Para passear?
Tudo o que sei é que quando a puser às costas há-de ser para VIVER!!!

João Ogando

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Excertos de vidas (parte I)
Ando há 2 anos e meio a vaguear sem poiso, sem rumo. Os dias passam-se uns atrás dos outros e todos me parecem iguais. Uns mais quentes outros mais frios, uns mais cinzentos outros menos. No entanto todos aqueles que encontro e que alguma coisa poderiam dizer ou simplesmente escutar, não param, mesmo os que estão parados nos breves momentos em que me sento a um balcão de um café ou num qualquer transporte publico que esporadicamente utilizo. Longe vão os tempos em que era eu quem ouvia, por força do trabalho ou porque simplesmente parava e escutava! Agora! Todos aqueles que por vezes paro para escutar são como eu... pelos mais diversos motivos mas no fundo todos um pouco por opção, porque se cansaram de lutar de reclamar de rir ou de chorar, por isso somos todos tão parecidos e tão diferentes. Conhecer-nos é como abrir um livro de contos, ou uma enciclopédia da vida.

João Ogando

terça-feira, fevereiro 17, 2004

No dia em que inicio este blog, li no blog do meu Amigo Bernardo o seguinte:

2/10/2004
E se derrepente mandar tudo á merda ? Fazer a mala com escova de dentes, tabaco e no bolso levar a foto do anjo que me atura ?
Serei eu mais um maluco da sociedade que me rodeia ? Ou serei eu visto por outros como alguem capaz de realizar um sonho ?
Pegar boleia por ai e viver quem sabe como um pastor por terras e montes a perder de vista...
Gritar e libertar os sonhos faz bem, escrever e por momentos viver os mesmo nem que por um segundo seja, no final de mais uma jornada de luta é optimo.

# posted by bernardo @ 10:52 PM

acrescentei o seguinte comentário:
Realmente, não te vejo a "fugir/desaparacer", mas quando menos esperamos aquele que não esperamos que o faça... faz... espero que sim, isto é de doidos, os transportes, as compras, os gritos, as buzinas, a poluição... onde estão o campo e o mar que tanto gosto?? Onde está a vida... há que procurar e lutar por ela, porque:

"Viver é a coisa menos frequente do mundo A maior parte das pessoas existe e isso é tudo"
Joaquim Pessoa in Amor Combate

Um Abraço a todos
João Ogando